Li com muita satisfação e interesse o livro "O que o Brasil quer ser quando crescer" de Gustavo Ioschpe e lá, deparei-me com afirmações que causariam indignação em muitas pessoas, que, mesmo sem saber, defendem a melhoria da educação de forma errada.
Pregam, pura e simplesmente, que mais dinheiro resolve o problema de nosso sistema educacional. Contudo, Ioschpe demonstra, por A + B que não é bem assim.
Recentemente, em um outro excelente artigo, Gustavo afirmou que mais dinheiro para educação nesse momento, seria apenas mais dinheiro a ser desviado, sem maiores reflexos na melhoria de nosso sistema.
Na mosca!
Um relatório da Controladoria Geral da União - CGU, demonstra que 73% das prefeituras que receberam dinheiro do Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação, desviaram recursos com alguma espécie de fraude.
Em resumo, o relatório aponta que:
• em 58,89% dos entes fiscalizados, houve a realização de despesas incompatíveis com o objeto do Fundo;
• em 41,12% houve a ocorrência de montagem, direcionamento e simulação de processos licitatórios;
• em 41,93% foram efetuados pagamentos em desconformidade com a legislação;
• em 16,9% foi detectada a ocorrência de saque “na boca do caixa”;
• em relação aos conselhos de acompanhamento e controle social, 33,06%
deles não acompanharam a execução dos recursos do Fundo, e 48,38% não
supervisionaram a realização do censo escolar; e
• 49,19% dos conselhos visitados não receberam capacitação no período examinado.
O relatório completo pode ser conferido no link
http://sistemas.cgu.gov.br/relats/uploads/5489_%20Relatorio_Fundeb_25062013.pdf
Assim, podemos afirmar que o problema de nosso sistema educacional realmente não é falta de dinheiro, como cantam em verso e em prosa alguns cidadãos por aí, ainda que de boa-fé.
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