Nos blogs progressistas e sites petistas, os "sem cérebro" chamam Aécio Neves de ladrão e corrupto, dizendo que ele desviou mais de 4 bilhões da saúde de MG, quando ainda era governador.
Aécio não desviou um único centavo do erário mineiro.
A Promotora alega apenas que não foi investido o dinheiro determinado em lei, enquanto que a defesa de Aécio diz que o percentual foi observado, tendo em vista que a Companhia de Saneamento de MG aplicou o dinheiro que perfaz o valor legal.
Mas a promotora acha que a companhia de saneamento não faz parte do Órgãos de Saúde do Estado.
Vale lembrar que Itamar Franco, quando governador de Minas, também foi processado pelo mesmo motivo, também pelo MP.
O artigo está no Blog de Ricardo Setti da Veja.
"Amigas e amigos do blog, tenho recebido vários supostos “comentários”
— excetuado um ou outro, os demais com todas as características de
enviados por militantes petistas — que insistem em perguntar por que
razão o blog não trata de um suposto “desvio” de 4,3 bilhões de reais de
recursos da saúde praticado pelo atual senador Aécio Neves (PSDB)
quando governador de Minas Gerais (2003-2010).
Fazem supor que Aécio, como governador, “desviou” dinheiro público.
Seria, portanto, ladrão.
Acho necessário, por isso mesmo, explicar o que está havendo.
O que há é algo a que estão sujeitos quaisquer ex-governantes: a uma
ação de iniciativa do Ministério Público de Minas, tendo à frente a
promotora Josely Ramos Pontes, que questiona, junto à Justiça, os
critérios dos investimentos em saúde feitos por Aécio como governador.
O principal ponto do processo é impugnar que sejam considerados
investimentos em saúde, além do dinheiro dos cofres estaduais aplicados
no setor, os recursos próprios aplicados pela estatal Companhia de
Saneamento de Minas Gerais (Copasa) em saneamento.
Além disso, a promotora levanta a possibilidade de que hajam sido
transferidos fundos do Tesouro de Minas para a Copasa, o que não seria
legal. A Advocacia-Geral da União, que defende perante a Justiça os
ex-governadores, já apresentou provas de que não houve transferência de
dinheiro — a única forma de o Tesouro de um Estado injetar recursos numa
empresa pública é via aumento de capital, o que não ocorreu, segundo a
Comissão de Valores Mobiliários, que fiscaliza empresas com capital em
bolsa, como é o caso da Copasa.
Foram apresentados também documentos de auditorias realizadas pela
própria empresa e por empresas especializadas independentes corroborando
que não houve injeção de dinheiro.
MP estadual também processou Itamar pelo mesmo motivo
Diga-se de passagem que não se trata de uma “acusação” apenas contra
Aécio. A mesma integrante do Ministério Público mineiro, junto com dois
colegas, já havia movido ação semelhante contra o ex-governador e
ex-presidente Itamar Franco, falecido em 2011.
De todo modo, a promotora pretende que a Justiça enquadre Aécio por improbidade administrativa (lei nº 8.429, de 1992).
Tanto Aécio como o ex-presidente Itamar — cujo processo foi extinto
por sua morte, em 2011 — estariam enquadrados na legislação porque
teriam deixado de seguir conduta obrigatória, não investindo em saúde os
percentuais do Orçamento estadual previstos em lei, mesmo que não tenha
havido prejuízo ao Tesouro. Para a promotora, ocorreu um dano moral.
“A acusação é apenas de um suposto desvio de finalidade na utilização
dos recursos”, disse Aécio ao blog. “Não existe nenhum centavo
desaparecido de nenhum lugar”. Ademais, acrescenta o senador, “os
valores referem-se a investimentos em saneamento feitos nas regiões mais
pobres do Estado. ( pequenas comunidades dos vales do Jequitinhonha e
Mucuri ), o que ajudou a salvar a vida de milhares de crianças pobres”.
O senador considera que o processo tem “claro viés político”.
Governo Lula fez coisa parecida, e foi considerada legal
Se a tese defendida pela promotora valesse, até o governo federal
lulopetista teria problemas, uma vez que, durante o lulalato, recursos
do programa Fome Zero foram declarados como investimentos em saúde e
aceitos sem problemas pelo Tribunal de Contas da União. Vários Estados
brasileiros procederam da mesma forma, inclusive Estados com
governadores petistas, como o Rio Grande do Sul, com Tarso Genro.
Os percentuais dos orçamentos da União, dos Estados e municípios
foram estabelecidos no ano 2000 pela emenda constitucional número 29,
aprovada pelo Congresso. Houve, porém, uma grande disputa política pela
regulamentação da emenda que se estendeu até no ano passado.
Enquanto a emenda não foi regulamentada, ficou cabendo aos tribunais
de contas dos Estados decidir o que podia ou não ser classificado como
investimento em saúde. No caso mineiro — como, aliás, nos dos demais
Estados na mesma situação –, o Tribunal de Contas considerou regular a
conduta do governo. Em Minas, o Tribunal “recomendou”, porém, que se
diminuíssem os valores investidos pela estatal de saneamento.
Mas não resta dúvida de que, tecnicamente, Aécio é réu de um
processo, o que é muito diferente de considerá-lo ladrão, criminoso ou
responsável por improbidade administrativa. No começo do mês passado,
julgando ação impetrada pela Advocacia-Geral da União, o Tribunal de
Justiça de Minas, em decisão não definitiva, analisou os pressupostos
técnicos para a existência da ação e considerou que, sim, eles existem e
o processo pode seguir adiante.
Não houve, contudo, nenhuma decisão sobre o mérito da questão.
A campanha em curso na web acusando Aécio de crimes é orquestrada por
gente, sobretudo do PT, que quer de toda forma atingir o candidato do
PSDB a presidente em 2014. Mas até críticos duríssimos do partido e dos
tucanos vêm mostrando que se trata de mentira."
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