Alguns amigos, quando viajam
aos EUA, voltam horrorizados com o quanto somos atrasados, mal educados e como
seria bom se pudessem ficar morando por lá.
Falam da limpeza das ruas,
do respeito das pessoas pelas normas sociais, da segurança que se sente ao
andar pelas ruas, da organização e claro, de como as coisas são mais acessíveis
por lá.
Aqui no Pará, ninguém gosta
de respeitar normas! Seja uma fila de carros para entrar em algum lugar, seja
uma ordem de um agente de trânsito para mostrar sua certeira de motorista.
Para se tirar uma
documentação ou abrir uma empresa, tudo é demorado e custoso.
As ruas são sujas, os serviços
são precários, há muitas áreas desprovidas de saneamento básico e a educação é
um artigo de luxo para a maioria da população!
Há inclusive uma máxima
paraense, criada por um ex-governador, dizendo que “a lei é potoca”, que, bem
traduzida no dialeto local, pode ser um “faz de conta”.
Por que tanta diferença?!
Resposta: AS INSTITUIÇÕES!!
Em estados como o Maranhão e
o Pará, historicamente a política tem ficado nas mãos de famílias, as quais
buscaram montar instituições, como Tribunais, Polícias, repartições públicas
etc apenas e tão somente para perpetuar sua influência política e, assim,
usufruir de todas as benesses possíveis, o que restringe em muito o alcance de
políticas públicas para o restante da população, gerando uma realidade caótica,
de pobreza e insegurança jurídica, enquanto que as famílias, sempre e cada vez
mais, ficam mais ricas e donas da política.
Isso em muito explica a
característica, ainda muito provinciana, de agentes públicos por aqui, que
comumente, confundem a coisa pública com seus interesses privados.
Como solução para esses
males, muitos, por má-fé, ou mesmo por desconhecimento, buscam depositar suas
esperanças em um “salvador da pátria”, aquele que viria acabar com a velha realidade
injusta e instaurar uma nova, onde todos seriam respeitados e as injustiças
acabariam.
Eis o exemplo da Venezuela,
com Hugo Chávez e, claro, do Brasil com Lula!
O que se viu? Ambos apenas substituíram
as elites velhas pelas elites novas, essas, compostas por pessoas mais próximas
a eles ou que compartilhem das mesmas ideias e da mesma ideologia, enquanto que
o cidadão comum continuou longe dos reais benefícios que o Estado pode lhe
proporcionar.
Agora vejo que, mais uma
vez, o Brasil segue o mesmo caminho com Marina Silva, sendo um país que sequer
aprende com seus erros!
Ela já se colocou acima de
todos e, disse que vai governar acima de partidos e quem quiser o bem do país
terá que lhe acompanhar!
Não temos mais um salvador,
mas uma salvadora!
Pior para nós!
O personalismo é o primeiro
passo para se formar o atraso, pois dá-se um poder quase que absoluto para alguem
determinar o que é bom ou ruim para você!
As instituições caem em
descrédito e passam a valer menos do que a palavra do “messias”!
Quem não lembra de Lula
colocando em dúvida o julgamento do STF sobre os crimes do “mensalão”?
Quem não lembra de Lula
desmoralizando o TCU, em razão daquele órgão recomendar a suspensão de obras do
PAC em razão de sérias irregularidades detectadas?
Lula foi ungido como o “escolhido”
para transformar o Brasil em um paraíso, um país melhor dos que o EUA, mas em
seu governo, a educação, a saúde e a segurança pública se tornaram bem piores
do que já eram e, ainda, tentou fazer com que a corrupção fosse vista como uma
coisa normal, dizendo que o seu partido só fazia algo que há muito já vinha
sendo feito por aqui!
Aproveitando que a população
é deseducada, estando sujeita com mais facilidade às mentiras e a construção de
mitos, ele construiu a imagem de pai dos pobres, fazendo exatamente aquela
maléfica relação que as famílias donas da política faziam, mas agora
restringindo o campo de poder a si e a seus escolhidos!
Como dito acima, ele apenas
mudou o foco dos beneficiados!
E, assim, a velha relação
política presente nas regiões mais pobres do Brasil chegou ao seu nível nacional,
travestida de socialismo e sustentada na mentira e no populismo. Se antes as
instituições eram formadas para atender o interesse de famílias, agora elas têm
que atender ao interesse de um partido e de seus simpatizantes, ainda que para
isso, tenha que apoiar as famílias donas da política nas regiões mais pobres do
país, em detrimento dos interesses da população.
Países como os EUA e
Inglaterra há muito tempo formaram instituições livres de pressões e interesses
políticos, já que as mesmas devem representar os anseios da população e não de
famílias e partidos políticos, suas escolas ensinam matemática, gramática,
ciências, história e geografia, sem o objetivo de doutrinar, de demonizar o
capitalismo e “formar cidadãos conscientes”. Um cidadão educado e bem formado
pode perfeitamente escolher o que é melhor para si, não deixando essa escolha a
cargo de um partido ou de uma instituição estatal.
Um cidadão educado e bem
formado pode formar instituições que reflitam a vontade da sociedade, seja no
campo político ou econômico, mas aqui no Brasil, tanto o PT quanto Marina acham
que Conselhos Populares podem fazer isso por você!
Eles tiram os poderes e a
representatividade dos cidadãos e ainda dizem que estão melhorando suas vidas!
A seriedade e o anseio de
uma coletividade em relação a uma instituição podem ser medidos pelo que se viu
no julgamento do STF em relação ao caso do Mensalão. Todos, não por vingança ou
por querela, esperavam um julgamento justo, que fizesse a devida penalização àqueles
que, usando dinheiro público desviado, compraram deputados para que votassem a
favor dos projetos do PT. Tal anseio é legítimo e democrático e, o STF, em um
julgamento sério, técnico e isento, aplicou a lei ao caso concreto, chegando a
um veredicto condenatório.
Em um país sério quem comete
crimes deve ser apenado correto? Há alguma lógica extraordinária nisso?
A composição do STF sempre
se deu de forma técnica e apolítica, até o momento em que o PT chegou ao poder,
quando buscou transformar o Tribunal em mero braço partidário, como fez com a
AGU, o CADE, a Petrobras, o Congresso Nacional e todos os demais ministérios
ligados ao executivo federal, que deveriam trabalhar não pelo interesse
nacional, mas pelo interesse e pela ideologia do PT!
Trocaram-se os interesses
das famílias, chegaram os partidários!
A educação, a organização e
a riqueza de uma nação, refletem suas instituições e no Brasil, estamos muito
longe de algo que lembre países sérios e comprometidos com a democracia e com
os anseios de sua população, com uma real perspectiva de piora!
Quem sabe em outra
vida, outra dimensão ou outra realidade paralela um dia cheguemos lá.
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